25.6.07

Benvingut Thierry!


Até ontem, este era um dos jogadores de futebol de quem eu menos gostava. Porque esteve sempre do lado errado da barricada. Agora é um dos nossos!
E eu - e os amigos Marco e Susana - estivemos entre os 20 mil culés que aguentaram duas horas de espera nas bancadas de Camp Nou para ver o novo craque blaugrana.
Um ambiente de verdadeira loucura o que se viveu nas bancadas do maior estádio da Europa para receber o novo número 14 do FC Barcelona. Thierry Henry, um dos mais fantásticos jogadores de futebol dos últimos anos, agora prestes a brilhar ao lado de Ronaldinho, Deco e Messi.

24.6.07

Sant Joan, Sant Joan, Sant Joan, dá cá um petardo para eu brincar

O Santo Popular preferido dos nortenhos – celebrado em grandes metrópoles como o Porto, Braga ou Covas – também é festejado por estas bandas. A noite de 23 de Junho é uma das festas mais importantes de Barcelona – depois das Mercês e do Sant Jordi.

A festa traz o povo à rua e Barcelona é também invadida por petardos que insistem em rebentar noite adentro – um pouco à semelhança do que acontece nas Fallas em Valência.

Os barcelonins – originais e adoptados – confluem para as praias, onde lançam fogos-de-artifício e se entregam aos prazeres etílicos. O ritual tem muito de pagão, mas na verdade o S. João limita-se a “roubar” a festa do Solstício de Verão.

A festa durou até de manhã. Com um belíssimo nascer do sol partilhado na areia da praia Olímpica.

Caixa Forum


Os bancos espanhóis não se dedicam apenas à usura. Os grandes bancos nacionais têm fundações que apoiam as artes ou têm importantes obras sociais. É o caso da “La Caixa”. O banco criou uma fundação que apoia refugiados, por exemplo. E é também uma grande exemplo de mecenato àas artes.

O grande projecto do Fundação é o museu Caixa Fórum, bem próximo do Palácio Nacional, na Praça de Espanha, que aproveita uma antiga fábrica de arquitectura modernista, e a transformou num museu dedicado especialmente às artes contemporâneas. A obra de recuperação do edifício é impressionante.

Tive sorte. Grande parte das exposições patentes neste momento na Caixa Fórum são de fotografia: “FotoPres” – uma mostra dos melhores trabalhos do concurso de fotojornalismo promovido pela fundação La Caixa – e particularmente a enorme exposição da obra de Lee Friedlander.

Este fotógrafo norte-americano que começou por fotografar os grandes nomes dos Blues e do Jazz na década de 60, e que depois de converteu num repórter da América profunda. Testemunha do quotidiano das grandes metrópoles dos EUA, mas também da sua história e monumentalidade, da sua imponente natureza e das contradições da sua sociedade.

Esculturas de David Altmejd, integrada no Ciclo “Cenários” e a pintura oitocentista de William Hogarth, que traça um retrato por vezes mordaz da sociedade britânica desse tempo são exposições também ainda patentes. Ah…E tudo isto completamente de graça.

Pavellò Mies van der Rohe

O pavilhão Mies van der Rohe é um dos símbolos da arquitectura contenmporâne. Desenhado por Ludwig Mies van der Rohe como pavilhão da Alemanha para a Exposição Mundial de Barcelona de 1929.

O pavilhão foi desmontado em 1930, mas a seu legado e a importância que tem no conjunto da obra de Mies van der Rohe levam a que a sua reconstrução seja equacionada.


Em 1980, o Ajuntamento de Barcelona impulsiona a reconstrução no Pavilhão. Ignasi de Solà-Morales, Cristian Cirici i Fernando Ramos são os arquitectos que dirigem os trabalhos. As obras começam em 1983 e em 1986 o edifício é inagurado, no seu espaço orginal.



Pavellò Mies van der Rohe, Barcelona. 23/06/07

Texto Fundação Mies van der Rohe. Tradução minha.

Missão cumprida

A parte académica do meu Erasmus está terminada. Na sexta-feira realizei o último dos exames. Provavelmente foi o exame mais estúpido que fiz na vida, o que não é de estranhar, uma vez que a disciplina era também a coisa mais idiota que já tive que estudar. Na verdade, só tive Gestão de Comunicação por obra e graça da inépcia de quem coordena isto em Braga. Mas agora está feito…

Agora tenho uma semana para me despedir da cidade de Barcelona. Espero poder ir escrevendo algumas das novidades desta última semana. Assim a Internet da Vila Universitária o permita...

21.6.07

No passeio matinal pelos blogs amigos, o Hugo deu-me esta divertida dica: um teste de personalidade baseado nas personagens da Rua Sésamo. O meu resultado é este:

You Are Cookie Monster

Misunderstood as a primal monster, you're a true hedonist with a huge sweet tooth.

You are usually feeling: Hungry. Cookies are preferred, but you'll eat anything if cookies aren't around.

You are famous for: Your slightly crazy eyes and usual way of speaking

How you life your life: In the moment. "Me want COOKIE!"


Nada que surpreenda, pois não? :)

18.6.07

"I'm gonna take a shower and get out of your life"

Andar distraído do cinema às vezes tem destas coisas: volta e meia leva-se uns safanões. Ontem à noite levei um belo par de estalos. À conta deste filme.

Hard Candy é uma primeira obra para cinema de um realizador que vem da publicidade. E isso nota-se no filme, não só do ponto de vista visual (enquadramentos e escala de planos, particularmente), mas também de alguma siplicidade (aparente) da narrativa. É, na essência, um filme simples, onde há apenas três personagens, e duas delas preenchem 90% da obra.

Não é, portanto, um filme muito convencional. Mas é excelente a forma como o argumento se constrói em torno de apenas duas personagens, sem se tornar cansativo. E como a narrativa se joga num plano sugestivamente psicológico, que acaba por prender ao ecrã.

Ainda que o argumento vá deixando algumas pontas demasiado soltas e perca alguma consistência em dados momentos, o sofrimento não explícito que está lá sempre é desconfortável - ao ponto de ter estado a pensar no filme durante todo o dia. E valem ainda duas magníficas prestações dos actores Patrick Wilson e, sobretudo, Ellen Page.

Além de ser um bom filme, tem este cartaz lindo. E alguns diálogos fabulosos, onde há frases com a força da que dá título a este post.
E a banda sonora inclui uma música pela qual já desmonstrei o meu fascínio.



Espreitem aqui o trailer.

16.6.07

And Now For Something Completely Different

De maneiras que agora tenho uma gata em casa...
Sinto falta do meu gato e um dos meus colegas de casa perguntou-me se podia ter por aqui um gato até regressar a casa. Ainda por cima sou um gajo simpático e acedi. E ainda bem.
É que a bixana é linda! Uma persa branca, de olhos azuis, tranquilíssima. Vou ver se um dia destes posto aqui umas fotos da Mia, que é como a fofa se chama.

Agora, diz que vou estdar.

Assim se vê a força da PSP

...ou neste caso dos Mossos de Esquadra.

O dia de visita ao Museu Dali ainda dá que contar. Quando regressava à cidade, descendo o Passeig da Gracia, deparei-me com uma manifestação - onde estavam os putos anarcas do comboio. Com a cimeira do G8 a decorrer - ainda que um bocadinho para o longe de Barcelona - os jovens contestatários decidiram sair à rua para protestar contra o capitalismo, a globalização e o que consideram ser ao domínio fascista das 8 Nações mais poderosas. E eram uma engraçada mistura de comunistas e outros movimentos de esquerda, anarquistas e gente que não sabia muito bem o que estava ali a fazer.
O mais engraçado é que não passavam de uma centena, mas a julgar pelo aparato policial, os mais distraídos teriam pensado que a manif era gigantesca. Contei eu, nove carrinhas do corpo de intervenção dos Mossos de Esquadra - que pornográfico soa este nome... Cada uma com uns oito policias lá dentro, além dos que acompanhavam, a pé, os manifestantes. Ao todo, deviam dar um polício, no máximo, por cada dois manifestantes. É capaz de ser exagerado, não?

A foto é da Ângela.


Digam lá que esta capa do Record não é a coisa mais ridícula - lê-se mairedícula - que algumas vez viram na vida. Acabei de acordar e já levo uns 15 minutos às gargalhadas. O sr. Alexandre Pais quer certamente converter-se em deus da nova comédia nacional!

15.6.07

Há dias assim…

Os armários da cozinha estavam vazios e quase não restava nada que pudesse comer no frigorífico. Solução: ir às compras. Mas quando a “dispensa” chega a este ponto de “nudez” é preciso comprar muita coisa. E fui metendo para o carrinho um pouco de tudo. O resultado foram oito sacos cheios de compras, mais do que a minha força conseguia transportar.

Depois de uma caminho doloroso desde o supermercado – o Alcampo é o sítio que melhor conheço por estes lados… –, consegui meter-me no metro e chegar à estação mais próxima de casa. Para fazer 300 metros demorei coisa de 10 minutos – que na verdade me pareceram bem mais longos – e acabei por deixar cair os sacos, meia dúzia de passos à frente.

E não é que duas simpáticas vizinhas da Vila – que eu nunca tinha visto na vida, ainda por cima – se prontificaram a ajudar? Espectáculo! Nunca mais me digam que os catalães não são simpáticos! E ainda me vieram trazer as compras à porta de casa e conseguiram manter uma conversa minimamente interessante que manteve a cabeça deste vosso amigo afastada das dores que já levava nos bracinhos.

Holaaaaaaaaaaaaaa!

Já tinha dito que a viagem a Figueres para visitar o Museu Dali tinha tido muito mais de surreal do que a própria obra do génio catalão. A viagem de regresso teve tudo para poder ser uma bela comédia de série B passada num comboio.

Estava a precisar de uma viagem tranquilo, mas o que se passou foi o absoluto contrário. Ainda o comboio não tinha saído e a animação já tinha começado. Um individuo visivelmente embriagado entra na carruagem e grita a pleno pulmões: “Holaaaaaaaaaaaaa!”. Eu não sabia como reagir, e mantive-me entretido com a conversa que tinha com os amigos. O homem acerca-se e insiste “Holaaaaaaaaaaa!”. Respondemos a medo. O ritual repetiu-se, lugar a lugar, carruagem fora. Subitamente o homem ganhou a companhia de uma criança, que repetia cada frase que o companheiro ébrio dizia. O cheiro a álcool espalhou-se pelo comboio – não é exagero! – e a inesperada dupla abeira-se de um asiático e repete várias vezes “Hola chino”. O chinês respondeu em mandarim – uma das amigas tinha estudado chinês e fez a tadução.

A viagem durou mais uma hora e meia do que estava previsto. Isto porque o comboio que vinha à nossa frente teve uma avaria e esteve cerca de uma hora parado na via, a bloquear o trânsito – coisa normal para quem frequenta habitualmente a Renfe. Uma hora parado no meio do nada serviu, antes de mais, para repor o sono – tinha dormido duas horas na noite anterior. Quando acordei pensei que estava no Burkina Faso. O número de passageiros na carruagem tinha triplicado. É que os passageiros do comboio avariado tinham sido transferidos para a composição em que eu seguia.

Numa das última estações antes da zona urbana de Barcelona entra mais um magote de gente. Um grande grupo de neo-anarcas – a avaliar pelo look e pelos dizeres das roupas – e três negros, de estilos distintos, mas aparentemente amigos. Um deles, cabelo repleto de rastas, barba mal cuidada e camisa branca com furos feitos a tesoura, mas que segundo o próprio eram “das balas que apanhou no Iraque”. E o homem sai-se com meia dúzia de pérolas como “Bush fez a guerra do Iraque para fazer puto dinheiro” ou “Zapatero é o meu herói”.

Até que pega num saquinho de Marijuana e começa a elogiar as virtudes da erva catalã e começa a enrolar um pojo e a dizer que com a droga “faz a paz e não a guerra”. E quem surge no meio disto? O miúdo que se tinha juntado a primeiro cromo da jornada e pergunta: “És o das figuras?”, enquanto aponta para a t-shirt que trazia vestida, daquelas que têm um negro de rastas e um folha de cannabis…

Depois de mais de duas horas, regressei finalmente a Barcelona. Pelo menos os senhores da Renfe devolveram, assim que a viagem terminou, o valor do bilhete. O que ajudou a pagar o jantar com que acompanhei a penúltima jornada da Liga Espanhola, no café da Vila. Mas não quero falar dos 18 segundos mais deprimentes da minha estadia em Barcelona. E eu que já imaginava a multidão na Rambla a festejar o título do Barça…

12.6.07

Faltam dois...

O primeiro exame escrito está feito. Com dois valores à pala do Cineclube. Explico: uma das pergunta era uma rasteira da professora aos alunos que não tinham ido às aulas e perguntava quem era Ed. Murrow, jornalista norte-americano que tinha sido o tema de uma documentário passado numa das aulas. Eu até tinha ido à aula, mas confesso que nunca pensei que a coisa saísse no exame. Mas saiu! E vali-me da memória do excelente "Good night and good luck", visto no Cineclube no ano passado, para responder à questão.

Entretanto, sairam as primeiras notas, precisamente desta mesma cadeira, Rotinas Produtivas em Radio e TV. 7,5 no trbalho teórico, 7 na prática de TV e 7 na prática de rádio. Jeitoso! :)

Faltam dois exames e um trabalho para o fim do trabalho. Depois fico uma semana a viver Barcelona.

11.6.07

O Mestre chegou à cidade. Com ele vem a sua (nossa?) nova musa. E eu a sonhar com um encontro imediato aí no meio de Barcelona. A ver se é possível, faxabôr.

10.6.07


"Cuant Cau, Cau!" é uma das últimas pinturas de Dali que se pode encontrar no percurso de mais de hora e meia pelo Teatro-Museu. Dali pinta como se inspirado pela arte europeia dos séculos XVII e XVIII, mas com o seu prórprio marca. Desmonta a criação e preenche o quadro de referências à sua própria obra.

O mais impressionate do quadro é o lado místico de que se reveste o relógio mole pintado nesta obra de 1973. No relógio estão incritos os números 1, 2, 3, 8 e 9. E Dali morreu no dia 23 de Janeiro de 1989...

Finalmente Dali





Não podia ir embora da Catalunha sem passar pelo museu Dali. Com sacrifício - dormi pouco mais de duas horas para poder apanhar o comboio até Figueres e aguentei duas horas de viagem.

Figueres é uma cidade pequenina, com poucos sítios de interesse. Além da Igreja e do Museu do Brinquedo - tive pena de não o ter podido visitar - há, claro, o Teatro-Museu Salvador Dali. Que era o motivo da minha visita.

O museu é ele mesmo uma obra de arte. Idealizado pelo genial Dali, não consegue, como o seu autor, deixar ninguém indiferente. O edifício (foto acima) vale por si. Lá dentro há um espólio vasto, mas que peca pela pouca presença de obras da fase maior do surrealismo. Ainda assim, há o tradicional percurso pelas obras da fase mas jovem do artista e obras da fase final da sua vida, em que Dali se aproxima da arte contemporânea, com abordagens muito conceptuais.



Uma das salas mais impressionates do Museu - onde há mobiliário cirado por Dali, é imponetemente ornamentada por este genial fresco, no tecto da sala. É verdadeiramente impressionante e andar 10 minutos de cabeça no ar não chega para perceber todos os pormenores desta obra.

No museu está também uma instalação inspirada no "Retrato de Mae West que pode servir de apartamento".

Logo ao lado do Teatro-Museu está o museu Dali-Jóias. Um museu pequeno, mas rico. Não só porque está repleto de jóias desenhadas por Dali, mas porque as peças são verdadeiramente fantásticas. E algumas até se mexem… O que sendo, na minha opinião, de algum mau gosto, têm um efeito visual interessante. A minha preferida é esta, da foto, em que Dali transforma em Ouro o seu elefante e o faz carregar uma gigante pedra preciosa.

O dia foi todo ele marcado por surrealismo, com histórias que vão demorar uma semana a contar. Mas prometo deixar tudo aqui no blog…

8.6.07

Se não estivesse aqui...

...estaria a chegar a Lisboa para o festival Alive! Certamente não perdia a oportunidade de rever os Pearl Jam -inesqucível o concerto de 4 de Setembro no Atlântico.
Não sei se será por isso, mas hoje sinto-me com vontade de casa...

E no dia 23 há Coldfinger nas Taipas. E a 24 The Gift em Guimarães. Lá estaríamos... Se eu não estivesse aqui!


6.6.07

Barcelona Soundtrack

Play. I will walk down to the ocean after waking from the nightmare. Leitor de MP3 nos ouvidos e uma bela banda sonora para um passeio matinal pela cidade. Tomo o Metro com destino a Verdaguer e saio bem perto da Sagrada Família. A obra ainda hoje me corta a respiração só de a ver. Está um sol mágico na bela Barcelona e parece que tudo ganha uma vida nova com esta luz forte.

Normalmente sigo pela Diagonal, mas hoje sinto vontade de ver os pedaços de Barcelona que ainda não pisei. If some night i don't come home please don't think i've left you alone. Os olhos não vêm o chão: caminho como se quisesse olhar tudo, decorar a cidade e trazer o Eixample comigo. Gostava de viver aqui, onde cada varanda e cada porta são verdadeiras obras de arte.

It was wrong but you said it was right. A música apoderou-se de mim e o passeio por Barcelona desenha-se como se fosse um storyboard de videoclip. Gostava de filmar tudo isto para partilhar convosco. À falta de celulóide, tento escrevê-lo da melhor forma que sei. O papel sempre foi um bom amigo, aifnal de contas. E ainda que fale cada vez mais castelhano, prometi continuar a tratar bem o português. Susto! O puto de skate passou demasiado perto. Ou então é de ir distraído: “será melhor baixar o volume? Não nesta música”. You’ve been workin’ for the church while your life falls apart.

I Love BCN” diz o autocolante colado na paragem do autocarro. “E eu também”. Sei que vou sentir saudades destes cinco meses. Nothing lasts forever that's the way it’s gotta be/ There's a great black wave in the middle of the sea. Roubo instantes à vida das pessoas que se cruzam comigo: O rapaz que entrega jornais gratuitos, a senhora ruiva de headphones nos ouvidos, o homem de fato bem tratato sugado pelo telemóvel e o miúdo mulato, aos ombros do pai, que se insinua ao mundo como se estivesse num trono. São meus – memórias para guardar. Now who here among us still believes in choice?

O trânsito está caótico. Barcelona parece Roma. Ou Beirut. Na verdade esta cidade é todas numa. Tão depressa passa um executivo apressado como um árabe orgulhoso do seu turbante e barba comprida. Ali à direita fica a Pedreira, mas escolho descer até à Casa Batló. Resurrected living in a lighthouse/ The lions and the lambs ain't sleepin' yet. Não há casa Modernista na cidade que me deixe tão inquieto como esta – saída de um sonho. Li algures que Gaudi se inspirou nas patas de um elefante para desenhar as colunas do primeiro andar da fachada. E toda ela é alucinação, inspiração, maravilha – conto de fadas.

Sorrio e estou feliz. Lord, won't you send me a sign? I just gotta know if I'm wastin' my time. Devo estar feliz: A miúda de branco sorriu como se visse um puto contente. Está verde e atravesso a Gran Via, Passeig de Gracia abaixo rumo à Placa de Catalunya. Paro mesmo no meio da rosa dos ventos que está desenhada no solo do centro de Barcelona. You can't forgive what you can't forget. Olho à volta: o sol cintila nas janelas acabadas de lavar dos bancos e do grande supermercado. Rodopio sobre mim, inebriado pela música, encantado com cidade, arrepiado com o prazer que me subiu pelo corpo ao sentir-me dentro do mundo. Between the click of the light and the start of the dream.

Há pombas às centenas no meio da praça. Um puto descalço brinca com elas e os turistas amontoam-se na paragem do Autocarro Turístico que percorre a cidade. São muitos e espalham-se milhares deles, pela Rambla abaixo. Vejo a rua, vejo gente, vejo vida. É isto o que mais me fascina na grande Barcelona. My body is a cage that keeps me from dancing with the one I love. Agora regresso a casa porque o estudo não pode esperar. My mind holds the key. Set my spirit free. Stop.

Escrito ao som de:

Antes do adeus...

Antes que os exames cheguem, a ESN - Erasmus Student Network de Barcelona tratou de organizar uma última festa. Na BeCool como sempre. Começa a cheirar a fim o meu Erasmus, mas a noite de ontem foi excelente.
Dancei até ficar esgotado, bebi aquela sangria a saber a sabão - mas é à borla! - e diverti-me à gande com os amigos que aqui encontrei, de dezenas de nacionalidades, e também alguns portugueses.
Especialmente estes aqui da foto: Marco, Susana, Ângela e Bruno. Falta o outro Bruno que devia andar perdido algures pelo meio da pista... :P

The final Countdown

É um estranho misto de emoção e tristeza. Acabo de marcar a viagem de regresso a Portugal, para o final deste mês.
Vejo cada vez mais próximo o final do Erasmus e de cinco meses que necessariamente me vão marcar a vida. Sinto mais perto os últimos abraços a alguns dos bons amigos que fiz por aqui. E olho para trás com nostalgia, lembrando os momentos fanstásticos nesta cidade que me acolheu. Resta-me vivê-la intensamente até lá.
Mas há um lado de mim cheio de vontade de voltar a casa. E que se alegra por ver mais próximo o regresso. Por sentir mais perto os abraços aos amigos que estão do lado de lá da Península. E olha para a frente com a alegria de quem vai regressar à cidade que ama.

No próximo dia 30 embarco em Barcelona às 10h45. Às 11:25 estou no AeroMaia, na porta que me abriu a Barcelona e que agora me entrega de volta: S32.

Surrealismo

"- Sonhei contigo.
- A sério? E sonhaste o quê?
- Estavamos os dois a comer Cozido à portuguesa e a ver quem comia mais carne..."

Assim à distância parece um diálogo surreal. Mas aconteceu mesmo, um destes dias, no F307, casa agora ocupada exclusivamente por portugueses. Foi assim que o amigo Marco me deu os bons dias. E a verdade é que sinto mesmo falta de uma boa comida nacional a pesar-me no estômago.

Por falar em surrealismo: sábado desfaço finalmente uma das falhas imperdoáveis que o meu Erasmus levava. Vou ali ao lado a Figuueres à Casa Museu Salvador Dali. Prometo contar como foi...

Depois de Damon Albarn ter dito que não sabia se o Blur ainda eram uma banda, eis que surge a boa notícia: Os rapazes vão voltar a juntar-se em Outubro e pode ser que surja um novo álbum.
E eu espero ansiosamente o seu regresso.

Um sorriso no final de um dia estranho :)