27.2.07

Parque da Ciutadela, Barcelona. 24/02/07

26.2.07

Nunca me aconteceu outra...

Na última sexta-feira fui com uns amigos até uma discoteca do centro de Barcelona. No meio de uma viela manhosa, próxima da Praça Real, lá estava a Soul, que uma holandesa garantia ser excelente.
Não tive oportunidade de confirmar. Isto porque a nossa entrada foi barrada. Motivo: eramos demasiado jovens.

Eu que ia jurar que tinha 21 anos e não faço a barba vai para um mês...

25.2.07

Everything is business

A Catedral Gótica de Barcelona está em obras. O orçamento da renovação do monumento atinge qualquer coisa como 2 milhões de euros e os responsavéis do templo já tinham lançado uma campanha apelando aos barcelonis e aos turisitas que patrocinassem uma pedra da categral (10 euros cada uma).
Agora foi a vez do gigante da telecomunicações Samsung se associar à renovação. Mas como ninguém dá nada a ninguém, a Catedral foi coberta com uma lona da marca. Assim toda a gente percebe quem está a pagar a obra.
Não há dúvida que é uma excelente forma de publicidade. Mas, enquanto turista e barceloni temporário, não deixa de me causar alguns problemas ver um dos locais emblemáticos da cidade coberto de publicidade.

22.2.07

E agora sem televisão...

Esqueçam o que disse aqui. Afinal não vou ver mais TV espanhola. O aparelho que existia no meu apartamento foi-se. Veio buscá-lo o dono, o rapaz com quem troquei de casa no início do mês. Assim já não vou poder analisar a televisão espanhola. E lá se vai um bom apoio para conhecer os dois novos idiomas que ando a tentar aprender.

Não sou um espectador muito assíduo de televisão. Em Portugal ficava-me por dois ou três programas de informação e pelo Gato Fedorento, nos generalistas. Mas agora começo a perceber a função “dona-de-casa” da caixinha. Cozinhar sem ruído de fundo deixa-me meio à toa. E comer com silêncio é ainda mais estranho. Mesmo que não estejamos realmente a prestar atenção ao que por lá se diz…

21.2.07

O fim-de-semana foi bem português por estes lados, como tinha explicado aqui. Mas entrar num restaurante espanhol de comida rápida e ouvir Rui Veloso já é coisa para levar muita gente a duvidar de mim.

Desenganem-se, meus amigos: ouvi mesmo o pai do Rock português enquanto comi uma sandes de “pollastre i jamon”… Melhor, a música ainda era do tempo em que o Rui Veloso cantava, de um dos meus álbuns da infância, “Auto da Pimenta”.

E quando se está longe de casa, qualquer pedacinho de mundo que tenha um cheiro familiar é bem -vindo...

Carnaval multicultural

Os catalães ligam pouco ao Carnaval. Gosto. Confesso que não acho piada nenhuma à coisa. Diz-me a família que desde míudo que assim é.

Mas não resisti a ir espreitar o único desfile que se realiza no centro de Barcelona, na zona da Grácia.Fraquinho, muito fraquinho. Ainda que capaz de juntar 30 mil pessoas, é um de uma falta de inspiração quase completa, desorganizado e sem grande nexo interno.

Os bairros da zona antiga de Barcelona desfilam, cada um com o seu tema próprio, assim como numa marcha popular. Mas não conseguem ter a força visual das marchas lisboetas, menos ainda a sentido crítico e a dimensão de inteligência da Marcha Gualteriana, em Guimarães.

Fiquei, no entanto, agradavelmente surpreendido com uma coisa: as comunidades imigradas na cidade participam activamente no desfile, dando a única nota colorida à coisa, com os seus trajes e músicas típicos. Mas não deixam de exaltar o sentir catalão, como a foto tenta documentar.

Fiesta!


Não tenho feito apenas turismo em Barcelona. As festas têm começado a acontecer.

Na quinta-feira fui a uma discoteca, junto à Vila Olímpica, na zona mais próxima das praias. Era uma festa de boas-vindas para estudantes Erasmus e aceitei o desafio – embora não seja, nem de perto nem de longe, apreciador deste género de diversão nocturna. Digo-vos que nunca tinha entrado num sítio tão mau. A famosa discoteca chama-se Baja Beach e é uma coisa praticamente inenarrável.

Decoração típica de praia, com bóias e pranchas de surf nas paredes, empregados semi-nus – elas de tanga e soutien e eles de boxers justos –, e um DJ assassino. Explico: durante a noite, e sem grande critério, foi capaz de misturar Pink Floyd com Beyoncé, Queen com 50 Cent, Regaton e Techno do mais agressivo, clássicos dos anos 80 e 90 e Vengaboys, por exemplo.

A coisa de tão má torna-se divertida. Mas a cereja no topo do bolo acontece a cada meia hora. O DJ dá o mote e os empregados da discoteca saltam para cima dos balcões para dançar a coreografia da casa – um misto de Macarena com movimentos eróticos. Enquanto isso, duas máquinas, daquelas que estão na moda nas finais das competições desportivas e que costumam lançar confetis ao som do We Are de Champions, atiravam pedaços de papel higiénico sobre que estava na pista… Delicioso, não é?

No dia seguinte fui a uma festa na casa de umas colegas mexicanas. Comida tradicional (pouca), tequila (muita) e animação qb numa noite de que vos deixo um foto.

20.2.07

Alguém me feche a boca


Catedral da Sagrada Família, Barcelona, 18/02/2007

Living BCN

Finalmente estou a conhecer os locais mais significativos de Barcelona. Há quase um mês na cidade Condal e ainda mal tinha passeado por cá. Agora que as coisas mais chatas estão resolvidas – casa, conta no banco, telemóvel espanhol, entre milhentas outras coisas… – pude partir à descoberta de BCN.

Estou rendido. A cidade é fantástica e cheia de vida. O fervilhar da Rambla, a cor do mercado da Boqueria e a animação das mil e uma lojinhas que exstem por toda a Cidade Velha. Tudo isto acompanhado de uma sempre apetecível banda sonora de músicos de rua – alguns mais inspirados do que outros, na verdade.

No início da semana fui conhecer a zona mais recente da cidade. O fantástico edifício do Fórum, a grande Fotovoltaica e o novo porto que aí se ergue. E também o edifício do centro de convenções de Barcelona e, um pouco mais próximo do centro da cidade, a gigantesca e fálica torre AGBAR (foto à esquerda).

No dia seguinte continuei o périplo pela arquitectura contemporânea de Barcelona, junto à Vila Olímpica, onde estão a torres MAPFRE e o edifício da Gas Natural espanhola (foto abaixo).

Barcelona revolucionou-se com o Modernismo no início do século XX. Mas tem sabido reinventar-se, acolhendo novos edifícios capazes de cumprirem o seu papel essencial –habitação, lazer, sede de grandes empresas – como também de se configurarem como pólos de atracção turística.

Este fim-de-semana fui a Lisboa

Não fui, mas até parecia. Com a ponte do Carnaval - que aqui por Espanha felizmente pouco se festeja e não tem direito a feriado - Barcelona foi invadida por portugueses. E quase todos do Sul, a avaliar pelos sotaques.

Não havia sítio nesta cidade em que não ouvisse falar português. O que acabou por ser uma sensação estranha. Mais desconfortável do que familiar...

É normal a cidade estar cheia de turistas. Mas o que habitualmente se vê em cada canto são ingleses e japoneses - autênticas "árvores de Natal" prontos a "ser assaltados" como ilustrou na reunião de apresentação o meu coordenador Erasmus. Mas portugueses aqui por estas bandas é coisas pouco vista e pouco notada.

Pena foi que o fim-de-semana tenha sido mau em termos de tempo. Na quarta e na quinta-feira estavam 22 graus em Barcelona. No sábado choveu como se estivessemos no outro extremo da Península. Como diria o nosso povo, os turistias portugueses "trouxeram a chuva com eles".

13.2.07

Primeiros passeios

Palácio Nacional (actual Museu de Arte da Catalunha), Montjuïc, Barcelona. 4/2/07

Univer-cidade

Estou abismado com o tamanho da Universidade Autónoma de Barcelona. O campus é gigantesco, daqueles que estamos habituados a ver nos retratos dos megalómanos americanos. E além das instalações centrais, aqui no campus de Bellaterra, em Cerdanyola del Vallés, a UAB ainda tem instalações em Sabadell – outra cidade da periferia da Barcelona –, assim como nos hospitais de Vall D’Hebron, Sant Pau e Del Mar e também, bem no centro de Barcelona, junto ao Porto Olímpico.

O campus é uma verdadeira cidade. Não tenho noção dos hectares que ocupa, mas os pólos de Azurém e Gualtar da Universidade do Minho juntos são mais pequenos do que Bellaterra. 60 faculdades e departamentos, 77 licenciaturas, 90 doutoramentos. Ao todo são 3 mil professores para 52 mil estudantes.

E dispõe de tamanha quantidade de serviços no seu interior que praticamente é auto-suficiente. Vejam só: sala de cinema e sala de teatro, estação de correios, supermercado, farmácia, cabeleireiro, esteticista, papelaria, quiosque, bancos, ginásio, piscina e quartel de Bombeiros e até um Hotel.

Apesar de estar na periferia de Barcelona, a universidade está bem próxima da cidade. Em 20 minutos de viagem no Ferrocarril estamos no topo da Rambla. E é bom voltar a este local meio perdido entre um bosque e as montanhas catalãs no final de um dia na movimentada Barcelona.

A UAB está servida por duas estações de Ferrocarril (uma espécie de metro, que serve as zonas periféricas a Barcelona), e uma estação da Renfe, um complexo multimodal com central de camionagem e estação de comboio, mesmo à saída do campus. Além disso, tem uma entrada para a Auto-estrada do Mediterrâneo, que liga Barcelona e Valência e a Andorra, a dois minutos.

Esta é uma universidade modelo. Reúne alguns dos centros de investigação líderes na Península e na Europa. E é pioneira em matéria de responsabilidade social ou de protecção da Natureza. Por exemplo, a universidade está coberta de painéis solares que lhe oferecem cerca de 40% da energia diária consumida.

Estou a viver na Vila Universitária, o equivalente às nossas residências universitárias. Mas a comparação é impossível. Aqui vivemos em apartamentos, com cozinha, sala de estar com televisão (qualquer dia escrevo sobre a desgraçada TV espanhola...), ar condicionado e acesso wireless à Rede. Vivem na Vila 1800 pessoas e, nas suas galerias comercias, tem lavandaria, cabeleireiro, café e restaurante. Uma aldeia no meio desta grande cidade que é a UAB.

Post-scriptum – o trocadilho do título é básico. Mas como diria o Nuno Markl, alguém tinha que o fazer…

11.2.07

Private joke

"Apuesto que nunca hás visto um cañón tan grande..."

Castelo de Montjuïc, Barcelona. 04/02/07


Em mau castelhano, é verdade. Mas vocês entendem a piada. Aguardo-vos por cá.

10.2.07

Mesmo longe o vício não cessa.

9.2.07

Torres Valencianas, Praça de Espanya. 27/01/07
A primeira foto em solo Catalão. Está fraquinha, mas é simbólica.

8.2.07

Durante os próximos cinco meses Barcelona vai ser a minha casa. A família e os amigos, mas também os desconhecidos, podem acompanhar aqui um pouco da minha aventura. Assim ela seja interessante.
Para aqueles que não me conhecem, sou estudante do 4º ano da licenciatura em Comunicação Social da Universidade do Minho. Até Junho vou estudar Comunicaciò na Universitat Autónoma de Barcelona.